Tenso! Outro dia fui à biblioteca e depois  fui me sentar na praça:  me deu uma vontade louca de escrever fosse o que fosse, mas…eu não tinha papel nenhum, embora tivesse uma lapiseira, então acabei escrevendo na última página do livro, aquela brancaa, sabe?Não escrevi nada de mais, era sobre as pessoas que passavam  e um casalzinho sentado em um banco perto do meu e como conhecer pessoas era torná-las mais desconhecidas, algo por aí…

Mas o fato é que hoje voltei pra devolver os livros e não é que me esqueci de apagar? Quando me dei conta já havia entregue o livro pra moça, aí comecei a ficar psicótica morrendo de medo que ela, sem querer, acabasse vendo…No fim das contas eu ajudei ela a achar o lugar de colocar o livro e como tenho certeza que ninguém pegará aquele livro (não tão cedo) minha calma se restabeleceu assim que ela o acomodou junto dos seus vizinhos.

Vô e suas bonitezinhas!

julho 12, 2009

Hoje fui me sentar no sol, como de costume, e o Tedi (que não é um urso e sim um cachorro) veio ficar ao meu lado. Com um pequeno barulho de passos que se aproximava ele começou a latir e de repente o dono dos passos apareceu: era meu super vô!!!

Vendo que o Tedi latia pra ele (eles se dão muito bem) meu vô se aproximou do portão perto de onte estava o Tedi e fez: Uau! Que foi o uau mais bonito que já ouvi *.*

julho 7, 2009

Acordei e a senti:  respirava quente no meu rosto. Parecendo ter consciência do meu acordar foi se aconchegando, sem meu corpo, na cama, estava como que passando de um sono cujo estágio era tão pesado como “uma bota prensando um rosto”, mas o tinha tão doce que não posso fazer tal comparação: que evoca tanto terror; para um estágio mais sono-acordado.

O sol já batia quente para se dormir e ela acordou e veio vindo até mim. Estava nua. Era tão bonita, tão pequena e frágil e doce. Eu a desejava tanto, desejava sentir cada parte do seu pequeno corpo nas minhas mãos, desejava encostar-me nela e somente sentí-la, (eu é que a pedia para dormir nua) e olhá-la e ouví-la cantar uma cançãozinha de moça; ela apenas aceitava. Era tão frágil. Quando sofria apenas se aconchegava em mim, fechava os olhos espertos e eu me trnava seu barquinho que vagava sozinho num mar também sozinho. Segurava minha mão como as crianças seguram as imaginárias quando não podem chamar os pais (eles não entendem) e então  dormem agarrados àquela mão morta. Em momentos assim não dizia, se fazia silenciosa como uma folha.

Ela andava perdida e enlouquecidano quarto quando cheguei ontem, ela sofria de modo a machucar meus olhos, os dela de azuis que tem a calma do céu estavam contornados de vermelho-tempestade. Urrava, se contorcia e chorava gritando. Tendo ela, naquele instante a agressividade dos que são frágeis e estão cheios de medo, me empurrou e olhou-me cheia de uma dor enrraivecida que era ácido. Seu corpo parecia não aguentar, na sua fragilidade, aquilo; ela se deixou cair na cama e chorou por muito tempo encolhida, meio estirada, meio morta e chegou àquele ponto dos que já não suportam e domiu silenciosa. A despi com o cuidado que se tem com uma flor que não se quer despedaçar, a puxei para mim aconchegando-a e, então, fui seu barquinho.

Bom, quando escrevi isso tinha muito claramente na minha cabeça que o narrador era um homem, eu o via como homem e ele era um homem, mas em algum momento tive uma leve impressão de que não poderia ser um homem. Motrei pru Gui o texto  e ele me disse que achava que era uma mulher, então eu tinha que mostrar pra outra pessoa, que foi a Paty, que disse o mesmo. Depois de ler o texto ficou muito claro que era uma mulher mesmo. Mas enquanto escrevia tinha aquela sensação de que era muito importante que ele fosse homem..eu fiquei meio estranha, mas gosto muito do texto. Eu me questionei por um tempo se deveria tentar trasnformá-la num homem, mas isso comprometeria muita coisa e agora eu gosto muito que  seja uma mulher.

PS:Ainda não consegui dar um nome!Mas vou trabalhar nisso 😉

Agradecimento especial para Gui e Paty!

Sobre visões:

julho 5, 2009

Bom, acontece que as galinhas tem me perseguido.Tenho visto galinha por tudo conte lado, impressionate, dai eu olho de novo e é qualquer coisa, menos uma galinha, tipo um saco de lixo, um cachorro…tá dando nervoso já.

Outro dia foi com urso polar…tem um nome, mas eu esqueci:  essa água que fica na beirada da calçada(que também tem um nome que  esqueci), quando as pessoas lavam o quintal, pois então eu vi essa água na forma de urso polar, mais pra frente vi um urso polar bebê, e tal visão persistia tantas vezes eu a olhasse.

Esse negócio é engraçadíssimo porque você realmente vê. Tipo eu sempre vejo gente em saco de lixo, a pessoa é o saco de lixo…Ai eu olho e começo a ver que a pessoa tá sentada na calçada com fone de ouvido. No outro dia de manhã você passa pela calçada e vê que era só um saco de lixo.

Isso acontece muito: acha que folha é algum animal e por aí vai…

B0m, isso é muito impressionate.

Sem mais.

junho 30, 2009

Fora de tudo!

Acho que Gregor Samsa é a coisa que tenho mais gostado de ouvir, e foi ouvindo que decidi dar uma passeio pelos textos, poeminhas e escritos antiguinhos, isso resultou em um forte sentimento de traição, mas seria mentira se eu dissesse que sinto culpa, acho que eu costumo sentir muita culpa por conveniência, mas até que melhorei com isso. Mas o fato é que foi maravilhoso e os meus dedos quase se mecheram sozinhos, seja pra fazer remendos seja pra excluir. Não tenho problemas em excluir, mas sim em fazer remendos e um tipo especial de remendos: os feitos depois de muito tempo.

Eu não sei se me reconheço sempre que leio uma coisa que escrevi há tempos, esse questionamento surgiu enquanto lia, algumas vezes eu não me reconheci. Estou bastante confusa com essa questão de se reconhecer…por exemplo quando penso em mim criança, eu me sinto como alguém que foi criança, é a Ju, ela, quando era criança e não eu…Mas é verdade que são várias pessoas, né?

As vezes começo as coisas e não sinto vontade nenhuma de terminar, como aconteceu agora (haha).

São apenas coisas escritas(são pedaços de pedaços), talvez não tenham sentido, que eu vou mostrar porque consegui independencia delas e até gosto:

a verdade é que ninguém nunca lê
a alma não lê;

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Deixe de ser eu pra entrar em mim.

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Eu vejo nas nuvens
seios belos e alvos
de uma donzela desconhecida.
O esplendor que salta da nuvem
e atinge meu corpo
faz de minh’alma puro joguete do desejo.

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…Gosto de rolar como um abacate que cai no chão…
gosto de morder, gritar, emitir sons…Gosto dessa minha efusidade irritante
Eu quero sentar na calçada tagarelar e sorrir como quem é feliz, com as pernas soltas falando asneiras, e me sentindo um chuveiro que fala e é retardado…

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A comida estava passando fome
e pra matá-la:
me comeu!

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Mão

junho 8, 2009

Hoje, enquanto eu escrevia, não reconheci minha mão…Foi um tanto quanto estranho

“Hoje é terça feira

o céu borrou a cor”

~


“um dia de sol

num copo d’água”

Hoje tá muito frio, frio de você andar e seu nariz ficar vermelho…fazia tempo que não ficava frio bonito, assim…

Então hoje é dia de tomar leite quentinho enrrolado na coberta(não o leite, a gente), assistir filme, dormi gostoso e ouvi música meiguinha…

Tô começando a entrar no clima cinza azulado e tô achando que, jaja, vou ouvir Gregor Sansa!

Eu gosto muito da cor do céu assim, do nariz e orelhas gelados essa moleza gostosa. Essa atmosfera combina com música e se afogar no silêncio…

Ontem à noite comecei, e praticamente terminei; faltam só alguns pedacinhos, um livro cujo título é “O melhor de Vinicius de Moraes”, esse senhorzinho tão docinho, essa doçura que eu tenho acreditado que só os homens, e alguns apenas podem possuir. Acho que as mulheres costumam ser bonitinhas o que pode ser confundido, embora não tenho  nada a ver com doçura.Tenho que dizer ainda que a forma como o Senhor Vinicius fala de amor é muito bonita(desculpem a “obviedade”(não sei se essa palavra existe), e também que um dos motivos pelos quais eu tenho inveja dos homens é a forma como eles amam, lendo Vinicius  essa inveja se deu pois essa forma fica evidente.

Bom…O livro tem poemas e artigos e crônicas e eu tenho uma tendência a gostar de livros que misturam as coisas, mas esse não é um bom exemplo…então eu vou falar do livro do Alex Polari, que tinha partes de diário e partes de poema…Foi um livro que ficou impregnado em mim de uma forma…O Senhor Alex o escreveu na prisão na época  da ditadura(ele era um preso político). Ele ficou preso durante nove anos, se não me engano…O filho dele nasceu quando ele estava preso e tem muitos poemas a respeito  dele, um em especial me comove muito toda vez que eu lembro, mas infelizmente eu não lembro o nome, não tenho mais o livro e falar do poema assim seria uma coisa muito horrível…

Ahhh! o livro se chama“Camarim de Prisioneiro”

Mas então…como eu ia dizendo antes, Vinicius…

eu vou colocar alguns trechinhos aqui só pra vocês, minha infinidade de leitores, ficarem com muita vontade e talvez experimentarem um pouco do que eu experimentei…Lá vai:

“Mas percebi, de repente, que nada disso tem a menor importância diante da lua que está no céu.Preciso apagar a luz, ficar quieto vendo a lua.Sou um bom fã de cinema, mas muito maior da lua.Hoje ela está cheia e ausente, imparticipante.Me perderei de tudo, olhando a lua.”

“Deixai-os se beijarem à vontade, porque o que em seus beijos irrita os burgueses moralizantes é justamente essa liberdade, essa beleza, essa poesia, esse voo que há num beijo de amor.”

O Mosquito

O mundo é tão esquisito:

Tem mosquito.


Por que, mosquito, por que

Eu . . . e você?


Você é o inseto

Mais indiscreto

Da Criação

Tocando fino

Seu violino

Na escuridão.


Tudo de mau

Você reúne

Mosquito pau

Que morde e zune.


Você gostaria

De passar o dia

Numa serraria —

Gostaria?


Pois você parece uma serraria!

Bom é isso!

Senhorzinho da piscada

maio 9, 2009

Bom, o fato se deu ontem a tarde, eu estava indo até a farmácia a pedido do meu vô, quando  estava quase terminando de subir o morro,  quase no centro, vejo um senhorzinho de cabelos brancos, um pouco de barba, o céu nos olhos e na camisa, tinha também uma bengala que usava como  que para governar o trânsito. Passei  dizendo boa tarde, ele então pegou sua bengala a levantou no peito e me respondeu o boa tarde. Na volta pra casa,  o vejo de novo…e dessa vez ele fingiu que iah vir com a bengala pra cima de mim, eu assutei, vendo isso ele começou a rachar o bico de mim e então daqueles olhos azuis tão mansos me veio a piscada mais bonita.

Ele me disse tchau e comentou sobre como o sol estava forte(mas já estava escurecendo).